UERJ 2019 – Questão 8

Linguagens / Português / Classes Gramaticais / Verbo
Três teses sobre o avanço da febre amarela
Como a febre amarela rompeu os limites da Floresta Amazônica e alcançou o Sudeste, atingindo os grandes centros urbanos? A partir do ano passado, o número de casos da doença alcançou níveis sem precedentes nos últimos cinquenta anos. Desde o início de 2017, foram confirmados 779 casos, 262 deles resultando em mortes. Trata-se do maior surto da forma silvestre da doença já registrado no país1. Outros 435 registros ainda estão sob investigação.
Como tudo começou? Os navios portugueses vindos da África nos séculos XVII e XVIII não trouxeram ao Brasil somente escravos e mercadorias. Dois inimigos silenciosos vieram junto: o vírus da febre amarela e o mosquito Aedes aegypti. A consequência foi uma série de surtos de febre amarela urbana no Brasil, com milhares de mortos2. Por volta de 1940, a febre amarela urbana foi erradicada. Mas o vírus migrou, pelo trânsito de pessoas infectadas, para zonas de floresta na região Amazônica. No início dos anos 2000, a febre amarela ressurgiu em áreas da Mata Atlântica. Três teses tentam explicar o fenômeno.
Segundo o professor Aloísio Falqueto, da Universidade Federal do Espírito Santo, “uma pessoa pegou o vírus na Amazônia e entrou na Mata Atlântica depois, possivelmente na altura de Montes Claros, em Minas Gerais, onde surgiram casos de macacos e pessoas infectadas”. O vírus teria se espalhado porque os primatas da mata eram vulneráveis: como o vírus desaparece da região na década de 1940, não desenvolveram anticorpos. Logo os macacos passaram a ser mortos por seres humanos que temem contrair a doença. O massacre desses bichos, porém, é um “tiro no pé”, o que faz crescer a chance de contaminação de pessoas. Sem primatas para picar na copa das árvores, os mosquitos procuram sangue humano3.
De acordo com o pesquisador Ricardo Lourenço, do Instituto Oswaldo Cruz, os mosquitos transmissores da doença se deslocaram do Norte para o Sudeste, voando ao longo de rios e corredores de mata. Estima-se que um mosquito seja capaz de voar 3 km por dia. Tanto o homem quanto o macaco, quando picados, só carregam o vírus da febre amarela por cerca de três dias. Depois disso, o organismo produz anticorpos4. Em cerca de dez dias, primatas e humanos ou morrem ou se curam, tornando-se imunes à doença.
Para o infectologista Eduardo Massad, professor da Universidade de São Paulo, o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), em 2015, teve papel relevante na disseminação acelerada da doença no Sudeste. A destruição do habitat natural de diferentes espécies teria reduzido significativamente os predadores naturais dos mosquitos. A tragédia ambiental ainda teria afetado o sistema imunológico dos macacos, tornando-os mais suscetíveis ao vírus.
Por que é importante determinar a “viagem” do vírus? Basicamente, para orientar as campanhas de vacinação. Em 2014, Eduardo Massad elaborou um plano de imunização depois que 11 pessoas morreram vítimas de febre amarela em Botucatu (SP): “Eu fiz cálculos matemáticos para determinar qual seria a proporção da população nas áreas não vacinadas que deveria ser imunizada, considerando os riscos de efeitos adversos da vacina. Infelizmente, a Secretaria de Saúde não adotou essa estratégia. Os casos acontecem exatamente nas áreas onde eu havia recomendado a vacinação. A Secretaria está correndo atrás do prejuízo”. Desde julho de 2017, mais de 100 pessoas foram contaminadas em São Paulo e mais de 40 morreram.
O Ministério da Saúde afirmou em nota que, desde 2016, os estados e municípios vêm sendo orientados para a necessidade de intensificar as medidas de prevenção. A orientação é que pessoas em áreas de risco se vacinem.
NATHALIA PASSARINHO
Adaptado de bbc.com, 06/02/2018.


 
No quinto parágrafo, são apresentadas duas hipóteses acerca da disseminação da febre amarela. A marca verbal que evidencia a formulação dessas hipóteses é o uso de:
a) voz ativa.
b) modo subjuntivo.
c) futuro do pretérito.
d) forma no gerúndio.

Veja outras questões semelhantes:

UERJ 2015 – Questão 36
Um aquário com 100 L de solução aquosa de NaCl com concentração igual a 2,1 g.L−1 , será utilizado para criar peixes que vivem no trecho Z do rio. A fim de atingir a concentração mínima para a sobrevivência dos peixes, deverá ser acrescentado NaCl à solução, sem alteração de seu volume. A massa de cloreto de sódio a ser adicionada, em quilogramas, é igual a: a) 2,40. b) 3,30. c) 3,51. d) 3,72.
UERJ 2009 – Questão 38
Admita as seguintes condições: –cada conjunto de eletroplacas em série é formado por 5000 células e existem 5 desses conjuntos em paralelo; –esses 5 conjuntos em paralelo podem gerar uma intensidade total de corrente elétrica igual a 0,5 A. Nesse caso, a potência máxima, em watts, que cada conjunto pode fornecer é igual a: a) 50 b) 75 c) 150 d) 750
UERJ 2021 – Questão 14
El texto Latinoamérica abarca aspectos sociales desde una perspectiva política y económica. La denuncia sobre la explotación económica se observa en el siguiente fragmento: a) Mi piel es de cuero por eso aguanta cualquier clima (l. 4) b) Mano de obra campesina para tu consumo (l. 6) c) El amor en los tiempos del cólera, mi hermano (l. 7) d) Aquí se comparte, lo mío es tuyo (l. 28)
UERJ 2006 – Questão 45
Em Ancara e Istambul, conversei com Alain Touraine [sociólogo] e perguntei o que ele achava da idéia de desfusão do Estado do Rio de Janeiro como maneira de encaminhar soluções para problemas como a violência. A primeira pergunta que fez foi:...
UERJ 2019 – Questão 35
Na fabricação do produto, descrita no texto, aguardar o resfriamento do leite tem a finalidade de evitar o seguinte processo em relação à lactase: a) ativação. b) maturação. c) desnaturação. d) hidrogenação.