UNESP (julho) 2012 – Questão 15

Linguagens / Português / Língua e Funções / Interpretação de texto
Raça, suor e tecnologia
Quem é o maior craque do mundo na sua opinião? O
argentino Messi? O português Cristiano Ronaldo? Xavi,
do Barcelona? Ou você elege a prata da casa, como
Kaká, Neymar ou Ganso? São jogadores que esbanjam
talento, form a física e técnica. Mas o momento em que
esses ídolos entram em campo representa a finalização
de um processo envolvendo milhões de dólares em pes­
quisas de ponta. Porque, além da qualidade individual e
do nível tático da equipe, hoje também os uniformes e a bola podem influir no placar final.
Não é exagero. Grandes empresas fabricantes de ma­
terial esportivo trabalham em parceria com universida­
des e laboratórios em todo o mundo para desenvolver e
aplicar as mais inovadoras tecnologias em chuteiras,
camisetas, calções, meias e luvas, visando melhorar o
rendimento dos jogadores. O objetivo é amplo:
maximizar a performance dos atletas durante os 90
minutos da partida, diminuir o impacto do esforço e
encurtar o tempo de recuperação após o jogo. “Os
craques da elite do futebol mundial não são apenas
garotos-propaganda, mas pilotos de testes no
desenvolvimento dos produtos que podem demorar até
dois anos antes de chegar às prateleiras das lojas”, diz
Daniel Schmidt, gerente de futebol da Adidas no Brasil.
E, como não poderia deixar de ser, os grandes
campeonatos internacionais são as principais vitrines
desses novos produtos.
Entretanto, nenhuma chuteira ou camisa proporcio­
naria significativo aumento de rendimento dos atletas
não fossem  as recentes descobertas médicas sobre os
processos fisiológicos e as variáveis que influenciam o
desempenho esportivo. Conceitos que hoje estão na boca de todos os frequentadores de academia — como biótipo, zona de frequência cardíaca e índice de massa corporal,
por exemplo — surgiram nos estudos dos profissionais de medicina esportiva. “Essas descobertas se aceleraram a partir dos anos 80 ”, conta Miguel de Arruda, diretor associado da Faculdade de Educação Física da Univer­sidade de Campinas (Unicamp), que presta assessoria para times de futebol. Hoje, já  é corriqueiro o treina­mento de atletas levar em conta informações sobre a influência de marcadores bioquímicos (como atividade hormonal e concentração enzimática). Nada disso era conhecido na época dos gloriosos dias de Garrincha, Pelé e Ademir da Guia.
Produtos desenvolvidos pelas grandes marcas vão che­
gar primeiro às mãos (ou aos pés) dos astros do esporte.
[...]
Os uniformes atuais, por exemplo, são capazes de
baixar a temperatura corporal, facilitar a evaporação do
suor e tonificar a musculatura, melhorando a força. Pois
tanto o tecido quanto a modelagem das camisetas e dos calções influem no melhor aproveitamento de energia pelo jogador ou, por outro lado, no desperdício dela.
[...]
Há chuteiras que proporcionam mais potência nos
chutes, maior controle da bola ou precisão nos passes.
Os modelos atuais são cada vez mais leves e confortá­
veis; quase sapatilhas de corrida, alguns chegam a pesar meros 165 gramas — menos da metade do peso que Pelé carregava na Copa de 1970, no México. Uma chuteira daquela época pesava cerca de 500 gramas.
Estar em forma física e forma técnica, no artigo e no jargão esportivo, designam, respectivamente, o fato de um atleta
a) ter condições de apresentar o necessário rendimento físico e de servir-se de todas as suas habilidades du­rante uma partida.
b) demonstrar excelente rendimento tático e ótimo desempenho na marcação do adversário.
c) revelar alto índice de massa corporal e ser dotado de biótipo adequado à prática do esporte.
d) apresentar atividade hormonal elevada e baixa concentração enzimática.
e) ser dotado de talento individual e capacidade de percepção dos esquemas do adversário.

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