FGV Economia 2011 – Questão 49

Ciências Humanas / História / A Reforma Religiosa / A Reforma Luterana
John Wycliff (1320-1384) propunha o retorno a uma Igreja pura, pobre, defensora de uma economia coletiva. O inglês Wycliff era contra as propriedades da Igreja, o que também desagradava à burguesia nascente, defensora exatamente da propriedade. Suas ideias reformistas alimentaram as Insurreições Camponesas de 1381, das quais participou pessoalmente. Foi excomungado em 1382. As críticas de Wycliff deixaram marcas em seus discípulos, sobretudo porque ele era contra as indulgências (...) Mas ele era também contra os sacramentos, contra os santos e propunha ainda uma reforma dos costumes políticos (...) Adepto de Wycliff, o tcheco Jan Hus (1369-1415) atacou, em 1402, o clero católico, denunciando-o como um conjunto de “príncipes” não-espirituais, verdadeiros potentados terrestres (...) Considerado herético, foi condenado à morte na fogueira (1415).
Carlos Guilherme Mota. História moderna e contemporânea, 1989.
 
Diferente de John Wycliff e Jan Hus, Martinho Lutero não teve o mesmo destino trágico, ainda que fizesse críticas próximas aos heréticos dos séculos anteriores. Essa condição de Lutero deveu-se
a) à proteção que recebeu de uma parte dos príncipes alemães, que queriam os bens da Igreja, e das condições particulares da Alemanha ainda não unificada, onde os camponeses questionavam os tributos e as obrigações servis.
b) à radical ligação com os setores marginalizados da sociedade alemã, como os camponeses e os trabalhadores das cidades, desvinculados das corporações de ofício e independentes dos senhores urbanos.
c) à sua capacidade em conciliar a rigidez dos dogmas do cristianismo medieval com um mundo em eterna mutação, associando o teocentrismo aos modelos de ciência moderna.
d) ao reconhecimento que fez dos hereges medievais, como críticos ingênuos e ineficazes na questão do poder político do alto clero romano, em especial o papa.
e) à sua aceitação pela nobreza alemã, devido à proposta de separação entre as coisas do Estado e as coisas da religião, que interessava especialmente a essa camada social.

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