FGV Economia 2011 – Questão 57

Ciências Humanas / História / Ideologias e Nacionalismos / Socialismo
Leia os dois fragmentos dos periódicos – o primeiro, de orientação comunista e o segundo, de orientação anarquista.
 
Viva o Esporte Proletário!
A necessidade do esporte para a juventude é um fato incontestável. A burguesia se aproveita desse fato para canalizar todos os jovens das fábricas para os seus clubes.
Que fazem os jovens nos clubes burgueses?
Defendem as cores desses clubes. Se o clube é de uma fábrica, é o nome e a cor da fábrica que defendem; a burguesia cultiva neles a paixão e a luta contra a juventude das outras empresas. (...)
Todo operário footballer deve ingressar nos clubes proletários.
Já existem alguns, outros entretanto devem ser criados.
O trabalhador gráfico, 1928, apud Maria Auxiliadora Guzzo de Decca, Indústria, trabalho e cotidiano: Brasil – 1889-1930, 1991
 
Eu sou um dos sócios do Grupo Germinal – seu feito principal: instruir e cultivar o cérebro dos operários.
Na mesma rua da sede do Grupo existe também uma poderosa fábrica de fósforos. Ao lado dessa fábrica há um grande terreno baldio transformado em um campo de futebol, com o maior dos entusiasmos imagináveis.
Vendo o Grupo Germinal às moscas e o campo de futebol vibrante de entusiasmo, naquela tarde quente de domingo, eu me lembrei, piedoso, das palavras do carnavalesco ilustre e intendente, que é o sr. Ribeiro Leite: “Senhores... enquanto o povo se diverte, não conspira...”.
A Voz do Trabalhador, n. 53-4, 1º de maio, 1914 (adaptado)
 
Baseando-se nesses fragmentos, pode-se concluir que:
a) a prática do futebol, para os militantes sindicais comunistas, inibia a iniciativa revolucionária do proletariado, ao contrário da análise dos anarquistas, defensores da organização operária por meio dos clubes esportivos e culturais.
b) a concepção acerca do valor das atividades esportivas para o proletariado urbano era muito semelhante para comunistas e anarquistas, ainda que os anarquistas defendessem os outros esportes, como a pelota basca, e não o futebol.
c) os anarquistas atacavam a prática do futebol, pois entendiam que esse esporte incentivava práticas individualistas, ao contrário dos esportes cooperativos; já os comunistas defendiam o futebol como o alicerce central da consciência revolucionária.
d) os comunistas e os anarquistas acreditavam que as práticas esportivas desviavam os trabalhadores do inevitável caminho da revolução, porém, essa situação poderia ser consertada com o estabelecimento de esportes proletários.
e) para os anarquistas, a prática do futebol atrapalhava o processo de conscientização política dos trabalhadores, enquanto que, para os comunistas, a organização dos trabalhadores podia utilizar-se dessa mesma prática esportiva.

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