FGV Economia 2011 – Questão 54

Ciências Humanas / História / Segundo Reinado / Economia do Século XIX
Entre 1779 e 1829, a população escrava do município [de Campinas] cresceu de 156 para quase 4.800. Em 1872, já com o café como a força motriz da economia, ela atingira 14 mil. A maior parte do aumento desde 1829 se deu antes do final do tráfico africano. Entretanto, o comércio interno de escravos, já bastante ativo nas décadas de 1850 e 1860, recrudesceu nos anos 1870, despejando vários milhares de cativos no Oeste paulista, vindos sobretudo do Nordeste e do Rio Grande do Sul. Foi só a partir de 1881, com a alta tributação sobre o tráfico interno para o Sudeste e a crise da escravidão, que os fazendeiros voltaram-se seriamente para trabalhadores imigrantes. Sua mudança de atitude coincidiu com uma queda nos preços agrícolas da Itália, que expeliu de lá um grande número de trabalhadores do campo.
Robert W. Slenes. Senhores e subalternos no Oeste paulista. In L. F. de Alencastro (org.). História da vida privada no Brasil, vol. 2, 1997
 
Considerando o texto, sobre a transição do trabalho escravo para o trabalho livre na região do Oeste paulista, é possível afirmar que:
a) a mentalidade empresarial e arrojada dos fazendeiros paulistas orientou para uma rápida e decisiva opção pela mão de obra livre, em especial a partir de 1831, com a aprovação da lei que extinguiu o tráfico de escravos para o Brasil.
b) a necessidade emergencial de abundante mão de obra para as atividades agrícolas de São Paulo, a partir de 1850, uniu os proprietários rurais e os burocratas do Império na organização da entrada de imigrantes oriundos do extremo Oriente.
c) a opção decisiva, por parte dos proprietários, pelo trabalhador imigrante relacionou-se com as dificuldades presentes para a obtenção do trabalhador cativo e com a crise na produção agrícola em regiões com potencial de fornecer mão de obra para o Brasil.
d) mesmo reconhecendo o papel central da produção cafeeira nas transformações econômicas e políticas na província de São Paulo, em meados do século XIX, a mão de obra imigrante e livre foi usada, inicialmente, na produção de algodão.
e) a maciça entrada de imigrantes europeus começou no início do século XIX, como uma decorrência imediata das novas condições econômicas geradas pelo início do tráfico interno, que levou a uma baixa considerável no preço do cativo.

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