FATEC (2ºsem) 2012 – Questão 53

Linguagens / Literatura / Romantismo / Características - Romantismo
Em 2009, a Escola Estadual D. Pedro I, na aldeia Betânia, onde vivem cinco mil ticunas (estima-se que haja 32 mil ticunas vivendo no Alto Solimões, entre a Amazônia brasileira, a colombiana e a peruana), ficou na rabeira do Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio. O colégio, frequentado por 600 jovens representantes da etnia, ostentou o último lugar. 
“Há dois ou três anos, todos os professores eram de fora da aldeia, A Organização Geral dos Professores Ticuna Bilíngues foi formando professores indígenas, e o quadro mudou. Nossa escola é muito boa. Tem um ponto de internet. Há dois anos, temos eletricidade. Nosso problema é a língua. Das regiões de Tefé a Tabatinga, predomina a etnia ticuna. Eu acho que justifica lutar por uma universidade ticuna”, diz Saturnino, um dos poucos fluentes em português na aldeia Betânia. 
São índios. Mas não adoram o Sol, a Lua, as estrelas, os animais, as árvores. Praticam, sim, com afinco, a religião batista, imposta por um missionário americano, o pastor Eduardo – provavelmente, Edward – que passou por ali, pelo Alto Solimões, a região mais isolada da Amazônia, no amanhecer dos anos 60. São brasileiros, amazonenses, porém não assistem à novela das oito nem ouvem sertanejo universitário. Eles se ligam na TV colombiana e escutam música importada do país vizinho, que ecoa estrondosa dos casebres de madeira. O único sinal de que devem passear de vez em quando pela Globo é o penteado do Neymar enfeitando as cabeleiras escorridas e negras. Não falam português fluentemente. As crianças nem sequer entendem. A língua dos bate-papos animados é o ticuna. No entanto, são obrigados a  aprender matemática, química, física, história, geografia etc. na língua-pátria. Uma situação insólita: na língua que não dominam, o português, os jovens precisam ler e escrever – e prestar exames. E, na língua que dominam, o ticuna, também encontram limitações na leitura e na escrita, por tratar-se de uma língua de tradição oral.  Assim caminha a juventude ticuna: soterrada numa  salada de identidades.
(MONTEIRO, Karla, A pior escola do Brasil? Revista Samuel, número 1, 2012, pp. 36-39. Adaptado.)
A informação – “São índios. Mas não adoram o Sol, a Lua, as estrelas, os animais, as árvores.” – é uma negativa ao estereótipo indígena presente nas obras do Indianismo, primeira fase do período literário cuja preocupação era a valorização das raízes históricas brasileiras e, por consequência, da soberania nacional. 
Assinale a alternativa que nomeia esse período. 
a) Barroco.
b) Classicismo.
c) Romantismo. 
d) Realismo.
e) Naturalismo.

Veja outras questões semelhantes:

UNESP (julho) 2010 – Questão 16
O texto apresentado se encontra em uma conceituada revista eletrônica de divulgação científica e revela como tema central: ...
ENEM 2ªAplicação Linguagens e Matemática 2009 – Questão 99
A verdade é que não me preocupo muito com o outro mundo. Admito Deus, pagador celeste dos meus trabalhadores, mal remunerados cá na terra, e admito o diabo, futuro carrasco do ladrão que me furtou uma vaca de raça. Tenho, portanto, um pouco...
Base dudow 2000 – Questão 31
No período de 1909 a 1924, foram publicados, na Europa, diversos manifestos para apresentar propostas dos movimentos de vanguarda. O esforço de reflexão sobre a realidade brasileira, associado ao conhecimento de ideias desses movimentos, motivou a...
ENEM Ling (91-135) e Mat (136-180) 2011 – Questão 102
Quem é pobre, pouco se apega, é um giro-o-giro no ago dos gerais, que nem os pássaros de rios e lagoas. O senhor vê: o Zé-Zim, o melhor amigo meeiro meu aqui, risonho e habilidoso. Pergunto: - Zé-Zim, por que é que você não cria...
FATEC (2ºsem) 2007 – Questão 5
“Eu poderia ter transformado esta sala num campo armado de 'camisas negras', um acampamento para cadáveres. Eu poderia ter costurado as portas do Parlamento.” ...