UNESP (julho) 2011 – Questão 59

Ciências Humanas / História / Culturas: Aspectos Gerais / Análise comparativa - Culturas
Num mundo onde cresce sem parar a compulsão para obrigar as pessoas a levar uma vida “correta” no maior número possível das atividades que formam o seu dia a dia, a mesa tornou-se uma das áreas que mais atraem a atenção dos gendarmes empenhados em arbitrar o que é realmente bom para você. É uma provação permanente. Médicos, nutricionistas,  personal trainers, editores e editoras de revistas dedicadas à forma física, ambientalistas, militantes da produção orgânica, burocratas, chefs de cozinha, críticos de restaurantes e mais uma multidão de diletantes prontos a dar testemunho expedem decretos cada vez mais frequentes, e cada vez mais severos, sobre os deveres do cidadão na hora de comer. O fato é que toda essa gente, quase sempre com as melhores intenções, acabou construindo um crescente sistema de ansiedade em torno do pão nosso de cada dia – e o resultado é que o prazer de comer bem vai sendo substituído pela obrigação de comer certo. Modelos, atrizes e outras pessoas que precisam pesar pouco para fazer sucesso chegam aos 30 anos de idade, ou mais, praticamente sem ter feito uma única refeição decente na vida. Propõe-se, como virtude alimentar, um mundo sombrio de pastas, mingaus, poções, soros de proteína e sabe-se lá o que ainda vem pela frente. Não está claro o que se ganha em toda essa história. A perspectiva de morrer, um dia, no peso ideal?
(J. R. Guzzo. Veja, 09.06.2010. Adaptado.)

Sob o ponto de vista filosófico, podemos afirmar que, para o autor,
a) é positiva a adoção de procedimentos científicos no campo nutricional.
b) o tema da qualidade de vida deve ser enfocado sob critérios morais.
c) os padrões hegemônicos vigentes na sociedade atual no campo da nutrição são elogiáveis.
d) a felicidade depende do número de calorias ingeridas pelo ser humano.
e) a autonomia individual deveria ser o critério para definir os parâmetros de uma vida adequada.

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