UFSCar - Por e Ing 2005 – Questão 9

Linguagens / Português / Semântica / Denotação e Conotação
Em casa, brincava de missa, — um tanto às escondidas, porque minha mãe dizia que missa não era cousa de brincadeira. Arranjávamos um altar, Capitu e eu. Ela servia de sacristão, e alterávamos o ritual, no sentido de dividirmos a hóstia entre nós; a hóstia era sempre um doce. No tempo em que brincávamos assim, era muito comum ouvir à minha vizinha: “Hoje há missa?” Eu já sabia o que isto queria dizer, respondia afirmativamente, e ia pedir hóstia por outro nome. Voltava com ela, arranjávamos o altar, engrolávamos o latim e precipitávamos as cerimônias. Dominus non sum dignus …* Isto, que eu devia dizer três vezes, penso que só dizia uma, tal era a gulodice do padre e do sacristão. Não bebíamos vinho nem água; não tínhamos o primeiro, e a segunda viria tirar-nos o gosto do sacrifício. 
(Machado de Assis, Dom Casmurro, Obra completa.)
 
*Trecho da fala do sacerdote, no momento da comunhão, que era proferida em latim, antes do Concílio Vaticano II. A fala inteira, que deve ser repetida três vezes, é: Dominus non sum dignus ut intres sub tectum meum, sed tantum dic verbum e sanabitur anima mea, cuja tradução é: Senhor, não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e minha alma será salva.
Pedir hóstia por outro nome quer dizer:
 
a) tentar ganhar um beijo.
b) pedir em nome de Capitu.
c) mentir sobre a missa.
d) solicitá-la à vizinha.
e) pedir um doce.

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