UFSCar - Por e Ing 2005 – Questão 4

Linguagens / Português / Língua e Funções / Língua
A Unidade Ortográfica
Velhíssima questão a da unidade ortográfica do português usado no Brasil e em Portugal. Que a prosódia seja diferente, é natural. Num país imenso como o nosso, há diversas formas de pronunciar as palavras, e o próprio vocabulário admite expressões regionais — o mesmo acontecendo com todas as línguas do mundo.
O diabo é a grafia, sobre a qual os portugueses não abrem mão de escrever “director”, por exemplo. Não é o mesmo caso de “facto” e “fato”, que têm significações diferentes e, com boa vontade, podemos compreender a insistência dos portugueses em se referir à roupa e ao acontecimento.
Arnaldo Niskier, quando presidente da Academia Brasileira de Letras, conseguiu acordo com a Academia de Ciências de Lisboa, assinaram-se tratados com a aprovação dos governos do Brasil e de Portugal. O acordo previa o consenso de todos os países lusófonos. Na época, somente os dois principais interessados estavam em condições de obter um projeto comum - mais tarde, Cabo Verde também toparia.
Numa das últimas sessões da ABL, Sérgio Paulo Rouanet, Alberto da Costa e Silva e Evanildo Bechara trouxeram o problema ao plenário — um dos temas recorrentes da instituição é a feitura definitiva do vocabulário a ser adotado por todos os países de expressão portuguesa. (...)
Cristão-novo nesta questão, acredito que não será para os meus dias a solução para a nossa unidade ortográfica.
(Carlos Heitor Cony. Folha de S.Paulo, 10.08.2004.)
Sobre as palavras director, facto e fato, pode-se dizer que:
a) director poderia ser escrito de modo diferente e as outras duas têm o mesmo sentido.
b) director deve permanecer com c, diferentemente de facto, que poderia perder essa letra.
c) facto e fato significam coisas diferentes e director poderia ser escrito sem c.
d) as três palavras apresentam diferenças de prosódia e não de grafia.
e) apenas director e fato constam no vocabulário ortográfico brasileiro.
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