Leia o texto a seguir.
De facto, o homem livre manda no escravo, da mesma forma que o marido na mulher, e o adulto na criança. Nesses casos, as partes da alma estão presentes em todos esses seres, mas dispostas de modo diferente. O escravo não tem faculdade deliberativa; a mulher tem-na, mas não tem faculdade de decisão; a criança tem capacidade de decisão, mas ainda não desenvolvida. Deveríamos necessariamente admitir, então, que o mesmo se passa com as virtudes morais. Todos devem participar delas, embora não da mesma forma mas na medida em que cada um cumpre a função que lhe é adequada.
ARISTÓTELES. Política. Edição bilíngue. Tradução e notas de António C.
Amaral e Carlos C. Gomes. Lisboa: Vega, 1998, p. 95.
Com base no texto e no modo como Aristóteles concebia a participação de homens livres, mulheres, crianças e escravos nas deliberações da Pólis ateniense, assinale a alternativa correta.
a) Mulheres e escravos possuem as mesmas partes da alma, sendo seres com virtudes intelectuais idênticas, motivo pelo qual desempenham funções similares no âmbito doméstico.
b) Todo ser humano é um ser social, ou animal político, porque cada um cumpre a mesma função de participação na Pólis, cabendo adicionalmente às mulheres a participação nos banquetes.
c) As funções dos homens livres, mulheres e escravos são determinadas pela alma, havendo igualdade em suas capacidades para cuidar da casa e da administração pública.
d) As mulheres têm função de cuidadoras da casa e, embora tenham capacidade deliberativa, esta é distinta da dos homens, o que impede sua participação política.
e) As funções das mulheres são similares às dos homens livres, ainda que suas capacidades deliberativas sejam desiguais, elas possuíam os mesmos deveres e direitos na Pólis.