Leia o fragmento do texto “Arcádia e ilustração”, extraído da obra História concisa da literatura brasileira, de Alfredo Bosi:
No Arcadismo brasileiro, os traços pré-românticos são poucos, espaçados, embora às vezes expressivos, como em uma ou outra lira de Gonzaga, em um ou outro rondó de Silva Alvarenga. Em nenhum caso, porém, rompem o quadro geral de um Neoclassicismo
mitigado, onde prevalecem temas árcades e cadências rococós. E sem dúvida foram as teses ilustradas, que clandestinamente entraram a formar a bagagem ideológica dos nossos árcades e lhes deram mais de um traço constante: o gosto da clareza e da simplicidade graças ao qual puderam superar a pesada maquinaria cultista; os mitos do homem natural, do bom selvagem, do herói pacífico; enfim, certo mordente satírico em relação aos abusos dos tiranetes, dos juízes venais, do clero fanático, mordente a que se limitou, de resto, a consciência libertária dos intelectuais da Conjuração Mineira.
(BOSI, Alfredo. “Arcádia e ilustração”. In: ______. História concisa da
literatura brasileira. 52. ed. São Paulo: Cultrix, 2017. p. 62.)
Assinale a alternativa que corretamente indica aspectos do Arcadismo brasileiro:
a) Em decorrência de um objetivismo exagerado, esse movimento enxergava o ser humano como um objeto de estudo.
b) Abarca a geração de poetas conhecida como “Mal do Século”, que apresenta aspectos de um subjetivismo exacerbado.
c) Um dos traços desse movimento é a crítica aos valores da sociedade, assim como de suas instituições, especialmente o casamento.
d) Consideram-se a valorização da natureza e a integração do poeta e da musa à vida no campo como alguns dos elementos associados às características da estética árcade.