FUVEST 2009 – Questão 20

Linguagens / Literatura / Linguagem Figurada / Campo Fonético
Vestindo água, só saído o cimo do pescoço, o burrinho tinha de se enqueixar para o alto, a salvar também de fora o focinho. Uma peitada. Outro tacar de patas. Chu-áa! Chu-áa... — ruge o rio, como chuva deitada no chão. Nenhuma pressa! Outra remada, vagarosa. No fim de tudo, tem o pátio, com os cochos, muito milho, na Fazenda; e depois o pasto: sombra, capim e sossego... Nenhuma pressa. Aqui, por ora, este poço doido, que barulha como um fogo, e faz medo, não é novo: tudo é ruim e uma só coisa, no caminho: como os homens e os seus modos, costumeira confusão. É só fechar os olhos. Como sempre. Outra passada, na massa fria. E ir sem afã, à voga surda, amigo da água, bem com o escuro, filho do fundo, poupando forças para o fim. Nada mais, nada de graça; nem um arranco, fora de hora. Assim.
João Guimarães Rosa, O burrinho pedrês, Sagarana
Como exemplos da expressividade sonora presente neste
excerto, podemos citar a onomatopéia, em “Chu-áa! Chu-áa...”, e a fusão de onomatopéia com aliteração em
 
a) “vestindo água”.
b) “ruge o rio”.
c) “poço doido”.
d) “filho do fundo”.
e) “fora de hora”.
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