FUVEST 2005 – Questão 10

Linguagens / Literatura / Realismo e Naturalismo / Realismo / Naturalismo em Portugal
“— Assim, pois, o sacristão da Sé, um dia, ajudando a missa, viu entrar a dama, que devia ser sua colaboradora na vida de D. Plácida. Viu-a outros dias, durante semanas inteiras, gostou, disse-lhe alguma graça, pisou-lhe o pé, ao acender os altares, nos dias de festa. Ela gostou dele, acercaram-se, amaram-se. Dessa conjunção de luxúrias vadias brotou D. Plácida. É de crer que D. Plácida não falasse ainda quando nasceu, mas se falasse podia dizer aos autores de seus dias: — Aqui estou. Para que me chamastes? E o sacristão e a sacristã naturalmente lhe responderiam: — Chamamos-te para queimar os dedos nos tachos, os olhos na costura, comer mal, ou não comer, andar de um lado para outro, na faina, adoecendo e sarando, com o fim de tornar a adoecer e sarar outra vez, triste agora, logo desesperada, amanhã resignada, mas sempre com as mãos no tacho e os olhos na costura, até acabar um dia na lama ou no hospital; foi para isso que te chamamos, num momento de simpatia”. 
(Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas)
A vida de Dona Plácida, referida no excerto, é muito semelhante à vida de trabalhos duros e incessantes de Juliana (O Primo Basílio), com a diferença de que a personagem de Eça de Queirós:
a) não mais se fiava no favor dos patrões, passando a arquitetar um plano astucioso, embora indigno, para emancipar-se.
b) não era uma agregada, como Dona Plácida, mas uma criada, condição que a tornava ainda mais desprovida de direitos legais.
c) pautava sua conduta por uma rígida moral puritana, que a fazia revoltar-se contra os amores adúlteros da patroa.
d) tinha menos motivos para revoltar-se, tendo em vista a consideração de que gozava na casa dos patrões.
e) não temia miséria nem desamparo e, por isso, enfrentava os patrões de modo aberto e corajoso.
Esta questão recebeu 1 comentário

Veja outras questões semelhantes:

Base dudow 2000 – Questão 2
"Autor de uma vastíssima obra, toda ela orientada pelo espírito histórico, mesmo quando escreve romances, o pano de fundo é a história, da qual foi um profundo estudioso." Em se tratando do Romantismo português, o trecho acima se refere a: a) Alexandre Herculano. b) Júlio Dinis. c) Almeida Garrett. d) Camilo Castelo Branco. e) Antero de Quental.
Base dudow 2000 – Questão 16
Auto da Barca do Inferno ...
FUVEST 2021 – Questão 65
Em “Seu carisma seduziu a editora DC Comics, que impôs o acréscimo de um quadrinho.” (L. 16-17), o vocábulo “que” possui a mesma função sintática desempenhada no texto por a) “Imóvel” (L. 2). b) “Robin” (L. 6). c) “seus pais” (L. 12). d) “se” (L. 15). e) “vivo” (L. 20)
Base dudow 2000 – Questão 52
Ó meio-dia confuso, ...
Base dudow 2000 – Questão 54
“É bela a noite, quando grave estende ...