[...] apesar de que a radicalização estudantil tenha começado por ter atacado os exames, ela era portadora de uma crítica política da sociedade. [...] O caráter verdadeiramente moderno da revolta estudantil é sua significação antiautoritária.
[...] Sua primeira audácia é ter tomado um caminho diferente daquele que retomam indefinidamente partidos, sindicatos e grupúsculos. Trata-se da ação direta e exemplar que recusa ao mesmo tempo a tutela das organizações e das autoridades estabelecidas.
(Olgária C. F. Matos, Paris 1968:
As barricadas do desejo. Adaptado)
A partir do texto sobre Maio de 1968, é correto afirmar que
a) as barricadas das ruas de Paris representam a luta contra a repressão sexual, o racismo, o colonialismo, a Guerra do Vietnã, enfim, a velha ordem simbolizada no governo De Gaulle, que é derrubado, pois o movimento estudantil recebe o apoio decisivo da greve dos trabalhadores e da maior parte da sociedade francesa.
b) os jovens estudantes saem às ruas, simultaneamente em vários países, recusando uma ordem opressiva, o que resultou em uma crítica política contra a autoridade das instituições e do poder estabelecido e, no seu lugar, colocam a imaginação, o prazer, a juventude e a liberdade, em cartazes e grafites nos muros das cidades.
c) ele se limitou à França, onde a repressão aos estudantes era uma tradição e o objetivo maior da juventude era ir contra a velha ordem, representada pelo presidente De Gaulle, que, vitorioso nas eleições de junho, implanta uma reforma na educação extremamente democrática, o que atendia aos interesses dos estudantes.
d) a grande revolta antiautoritária que explode na França, nos Estados Unidos, na Alemanha, na Espanha, na Polônia, em Mali, no Senegal, no Japão, na Argentina, no Brasil, ou seja, em escala mundial, é uma luta contra o conservadorismo, mas, contraditoriamente, não recebe apoio dos trabalhadores, que se unem às forças repressoras do Estado.
e) a vitória dos estudantes ocorreu após uma longa greve nacional, com o apoio dos trabalhadores urbanos e rurais, que derrubaram o conservador governo do general De Gaulle, que se recusava a fazer uma ampla reforma na educação baseada na liberdade dos currículos e na abolição de rígidas regras disciplinares.