Vivendo num mundo agrícola, em que se percebe cotidianamente como alguns seres precisam morrer para que outros possam viver, convivendo com a constante ameaça da fome, das epidemias e das guerras, os medievais sentiam a onipresença da morte, mas isso não os incomodava. Eles tinham dela uma visão natural, tranquila, diferente da de seus descendentes dos séculos seguintes.
(Hilário Franco Júnior, A Idade Média,
nascimento do Ocidente)
Para o homem medieval, a morte
a) era o começo da vida eterna, conforme o cristianismo ensinava e, chegado o momento, as pessoas procuravam se preparar, sendo que a grande tragédia não era morrer, mas morrer inesperadamente, sem ter se confessado.
b) representava a ausência da graça divina e apresentava-se com vigor em momentos de descuido geral com as práticas religiosas mais usuais, como no caso dos cultos e dos sacramentos, especialmente a confissão.
c) mostrava a diferença entre os homens e apontava para a necessidade da acumulação de bens materiais e morais como uma garantia para se ter um lugar no paraíso, conforme a doutrina consolidada na Idade Média ocidental.
d) continuava sendo uma presença cotidiana mesmo após as modificações ocorridas com a Crise do Século XIV, com o notável desenvolvimento da mentalidade coletivista, já que a morte se tornou objeto de culto para todos os homens.
e) manifestava-se de forma macabra, mórbida e destrutiva e precisava ser antecedida de boas ações, caso das esmolas e outras formas de caridade, para que os homens tivessem a certeza de um justo julgamento divino.