Pouco a pouco, [os cafeicultores] se afastam das tarefas ligadas à gestão direta das plantações, que são confiadas a administradores. Eles se estabelecem nas grandes cidades, sobretudo em São Paulo. Suas atividades de comerciantes não se conciliavam com uma ausência prolongada dos centros de negócios cafeeiros.
(Sérgio Silva, Expansão cafeeira e origens da indústria no
Brasil apud Rubim Santos Leão de Aquino et alii, Sociedade
brasileira: uma história através dos movimentos sociais)
Considerando a estrutura econômica brasileira no século XIX e os dados presentes no texto, é correto afirmar que
a) enquanto os produtores de açúcar do nordeste detinham o controle sobre todas as etapas da produção– do plantio da cana até a comercialização com grandes negociantes estrangeiros – os cafeicultores especializaram-se apenas na produção, obtendo com isso grandes lucros.
b) a alta produtividade – com o decorrente lucro maior do que o obtido pelo açúcar e tabaco – dos cafeicultores paulistas e fluminenses foi resultado da opção de utilizar-se prioritariamente a mão-de-obra livre e assalariada desde 1850, quando se efetivou o fim do tráfico negreiro para o Brasil.
c) os cafeicultores eram mais do que simples produtores de café, pois também atuavam em outras áreas econômicas, como a que comercializava o café, o que permitia uma maior circulação interna do capital e uma maior concentração dos lucros nas mãos desses produtores.
d) a expansão cafeeira, assim como toda a estrutura econômica do Segundo Reinado, seguiu a lógica que estava presente na organização da economia colonial, pois essa atividade não incorporou os avanços tecnológicos oferecidos pela chamada Segunda Revolução Industrial.
e) a lei Eusébio de Queiroz e a lei de Terras, ambas de 1850, foram decisivas para o avanço da produção cafeeira no vale do Paraíba e no oeste paulista, pois incentivaram a entrada de imigrantes nessas regiões e democratizaram o acesso à propriedade fundiária de pequeno e médio porte.