FGV Economia 2009 – Questão 32

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Obamanomics
Na percepção do eleitor americano médio, o candidato democrata, senador Barack Obama, a ser sacramentado na convenção do Partido Democrata, que começa amanhã, não navega bem em assuntos econômicos.
E, no entanto, um dos principais temas dessa campanha deveria ser a crise econômica em que o país está mergulhado há mais de um ano.
O americano médio se sente duramente atingido no bolso. O dólar, que ainda é o dólar, símbolo de força e saúde econômica, perde valor a olhos vistos; a casa própria, um dos sonhos americanos, perde preço no mercado imobiliário; e o salário é corroído por uma inflação de 5,6% ao ano e pelo aumento do desemprego.
Apesar do seu carisma, Obama não chega a empolgar com sua plataforma de projetos para a área econômica. Defende aumento de investimentos públicos, principalmente em infraestrutura e reformas no sistema nacional de saúde. Sua proposta de seguro-saúde universal é voltada para eleitores que não conseguem pagar um plano privado. Nos Estados Unidos, não há um sistema de atendimento a todos, como no Brasil onde, mal ou bem, o SUS funciona. Lá, um seguro para família de quatro pessoas não sai por menos de US$ 400 ao mês. Seu projeto implicaria custeio anual para o tesouro americano em torno de US$ 50 bilhões a US$ 65 bilhões.
As reformas seriam financiadas por aumento de carga tributária dos americanos que ganham ao ano mais de US$ 250 mil, segmento especialmente beneficiado pelos pacotes de cortes fiscais aprovados no governo Bush em 2001 e 2003. Obama não esconde que, em dez anos, pretende aumentar a arrecadação federal em US$ 800 bilhões. (...)
Apesar de contar com grande apoio dos jovens, Obama começa a perder espaço no eleitorado, que teme o aprofundamento da crise e o considera pouco preparado para lidar com os atuais problemas.
Como lembra a revista The Economist, são essas as pessoas que mais estão sentindo o rigor da crise. “Os americanos cresceram em tempos de prosperidade. Eleitores jovens não se lembram de uma série de recessão, desde a última, que ocorreu no início dos anos 90.”
Se continuar no mesmo diapasão, a campanha democrática será incapaz de tirar proveito da crise, em grande parte criada pelo governo republicano de George Bush.
E não deixa de ser irônico lembrar que o democrata Bill Clinton venceu o republicano Bush (pai) em 1992 sob o slogan “É a economia, idiota.”
O Estado de S.Paulo, 24.08.2008 (adaptado)
O tempo verbal em destaque na frase — "E, no entanto, um dos principais temas dessa campanha deveria ser a crise econômica em que o país está mergulhado há mais de um ano" — expressa, no conjunto do texto,
a) ideia do autor quanto à possibilidade de amenizar as críticas feitas ao programa do candidato democrata.
b) ponto de vista projetado pelo autor quanto às características assumidas pela campanha de Obama.
c) crítica favorável à ideologia economicista deflagrada pela campanha do candidato democrata.
d) projeção de fatos concretos, a serem realizados na área econômica, de acordo com a programação de Obama.
e) concordância do autor quanto aos principais pontos da área econômica, constantes no programa do candidato.

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