(G1) SANTOS DUMONT, O PIONEIRO DOS ARES.
"Durante as compridas tardes ensolaradas do Brasil, deitado à sombra da varanda, eu me detinha horas e horas a contemplar o belo céu brasileiro e a admirar a facilidade com que as aves, com suas largas asas abertas, atingiam grandes alturas. E, ao ver as nuvens que flutuavam, sentia-me apaixonado pelo espaço livre."
Alberto Santos Dumont, 1873 - 1932
"Um dia, o homem há de voar - profetizou Júlio Verne. Essas palavras gravaram-se como a fogo no espírito inflamável do garoto Alberto Santos Dumont, filho de um riquíssimo fazendeiro de Ribeirão Preto, em São Paulo. Desde criança, Santos Dumont era apaixonado por motores, inventos e engenhocas. Ainda adolescente, seu pai enviou-o à França, para que lá estudasse. Com apoio paterno, Santos Dumont enveredou pelas pesquisas aeronáuticas e, em 1898, aos 25 anos, sobrevoava Paris num balão esférico.
Mas seu espírito não sossegava mordido pela vontade de dirigir o balão por onde quisesse, sem depender dos ventos: "Se eu fizer um balão cilíndrico bastante comprido e bastante fino, ele fenderá o ar..."
Até que experimentou um antigo projeto: combinar um balão com um motor a gasolina. E, em setembro de 1898, o Santos-Dumont n¡ 1, provido de hélice e leme, passeava pelos céus de Paris. Uma grande consagração veio com a conquista do Prêmio Deutsch de la Meurthe: 125 000 francos (o equivalente a 100 contos de réis) ao primeiro que, partindo de St. Cloud circunavegasse a torre Eifel e voltasse ao ponto de partida num prazo de meia hora. A bordo do Santos-Dumont n¡ 6, o inventor finalmente realizou a façanha, a 19 de outubro de 1901. A repercussão internacional foi extraordinária. Parte do Prêmio Deutsch foi entregue por Santos Dumont a seu mecânico e a seus operários; o restante foi doado à Prefeitura de Paris, para cobrir penhores da população pobre. Santos Dumont virou figura popular. Entre a montanha de congratulações, um telegrama o comoveu em especial: "A Santos Dumont, o pioneiro dos ares, homenagem de Thomas Edison". Era cumprimentado justamente por quem considerava o maior gênio de todos os tempos! O engenhoso aeronauta brasileiro tinha Paris a seus pés.
A celebração em torno de Santos Dumont culminaria em 1906, quando voou com o 14-Bis, avião inventado por ele.
Seu aeroplano não foi concebido para matar. Santos Dumont jamais pensou em lucros ou destruições. Seu aeroplano não foi concebido para matar: era uma aliança de paz e amor. Uma abertura de rotas em todas as direções do planeta. Este, o seu sentido: vôo de compreensão entre os homens.
(Texto adaptado de "A vida de grandes brasileiros - 7 - SANTOS DUMONT". São Paulo: Editora Três, 1974)
Sobre o exposto assinale a alternativa correta.
a) Na 2ª Guerra Mundial, Santos Dumont constatou o uso de seu invento para combate de guerra.
b) O 14-Bis, avião fabricado por Santos Dumont transportou a arma que provocou um genocídio no Japão.
c) As armas nucleares são capazes de destruir uma população em segundos.
d) Santos Dumont e os japoneses inventaram instrumentos de destruição em massa, para serem usados na 1ª Guerra Mundial.
e) As armas nucleares foram utilizadas para terminar com a 1ª Guerra Mundial.