UNESP (julho) 2012 – Questão 13

Linguagens / Português / Língua e Funções / Interpretação de texto
Raça, suor e tecnologia
 
Quem é o maior craque do mundo na sua opinião? O argentino Messi? O português Cristiano Ronaldo? Xavi, do Barcelona? Ou você elege a prata da casa, como Kaká, Neymar ou Ganso? São jogadores que esbanjam talento, forma física e técnica. Mas o momento em que esses ídolos entram em campo representa a finalização de um processo envolvendo milhões de dólares em pes­quisas de ponta. Porque, além da qualidade individual e do nível tático da equipe, hoje também os uniformes e  a bola podem influir no placar final.
Não é exagero. Grandes empresas fabricantes de material esportivo trabalham em parceria com universidades e laboratórios em todo o mundo para desenvolver e aplicar as mais inovadoras tecnologias em chuteiras, camisetas, calções, meias e luvas, visando melhorar o rendimento dos jogadores. O objetivo é amplo: maximizar a performance dos atletas durante os 90 minutos da partida, diminuir o impacto do esforço e encurtar o tempo de recuperação após o jogo. “Os craques da elite do futebol mundial não são apenas garotos-propaganda, mas pilotos de testes no desenvolvimento dos produtos que podem demorar até dois anos antes de chegar às prateleiras das lojas”, diz Daniel Schmidt, gerente de futebol da Adidas no Brasil.
E, como não poderia deixar de ser, os grandes campeonatos internacionais são as principais vitrines desses novos produtos.
Entretanto, nenhuma chuteira ou camisa proporcio­naria significativo aumento de rendimento dos atletas não fossem  as recentes descobertas médicas sobre os processos fisiológicos e as variáveis que influenciam o desempenho esportivo. Conceitos que hoje estão na boca de todos os frequentadores de academia — como biótipo, zona de frequência cardíaca e índice de massa corporal, por exemplo — surgiram nos estudos dos profissionais de medicina esportiva. “Essas descobertas se aceleraram a partir dos anos 80 ”, conta Miguel de Arruda, diretor associado da Faculdade de Educação Física da Univer­sidade de Campinas (Unicamp), que presta assessoria para times de futebol. Hoje, já  é corriqueiro o treina­mento de atletas levar em conta informações sobre a influência de marcadores bioquímicos (como atividade hormonal e concentração enzimática). Nada disso era conhecido na época dos gloriosos dias de Garrincha, Pelé e Ademir da Guia.
Produtos desenvolvidos pelas grandes marcas vão che­gar primeiro às mãos (ou aos pés) dos astros do esporte.
[...]
Os uniformes atuais, por exemplo, são capazes de baixar a temperatura corporal, facilitar a evaporação do suor e tonificar a musculatura, melhorando a força. Pois tanto o tecido quanto a modelagem das camisetas e dos calções influem no melhor aproveitamento de energia pelo jogador ou, por outro lado, no desperdício dela.
[...]
Há chuteiras que proporcionam mais potência nos chutes, maior controle da bola ou precisão nos passes.
Os modelos atuais são cada vez mais leves e confortá­veis; quase sapatilhas de corrida, alguns chegam a pesar meros 165 gramas — menos da metade do peso que Pelé carregava na Copa de 1970, no México. Uma chuteira daquela época pesava cerca de 500 gramas.

 
A leitura atenta do artigo revela que seu autor atribui maior importância, entre os fatores que podem causar a melhoria do desempenho dos atletas:
a) à publicidade, que leva os jogadores a ganhar milhões de dólares e demonstrar que merecem receber tanto dinheiro.
b) às conquistas da medicina esportiva, que possibilitam significativo acréscimo ao desempenho físico dos atletas.
c) à contratação dos jogadores como pilotos de testes para o aperfeiçoamento dos novos equipamentos.
d) aos novos equipamentos, como chuteiras, calções, meias e luvas, feitos de materiais que duplicam a capacidade dos atletas.
e) ao patriotismo dos atletas, que se superam ao representar seus países no estrangeiro.

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