UFSCar - Por e Ing 2008 – Questão 5

Linguagens / Português / Período Composto – Subordinação / Oração Subordinada Adverbial
Sob a ótica do senso comum, conhecimento tem a ver com familiaridade. O conhecido, diz a linguagem comum, é o familiar. Se você está acostumado com alguma coisa, se você lida e se relaciona habitualmente com ela, então você pode dizer que a conhece. O desconhecido, por oposição, é o estranho. O grau de conhecimento, nessa perspectiva, é função do grau de familiaridade: quanto mais familiar, mais conhecido. Daí a fórmula: “eu sei = estou familiarizado com isso como algo certo”. Mas se o objeto revela alguma anormalidade, se ele ganha um aspecto distinto ou se comporta de modo diferente daquele a que estou habituado, perco a segurança que tinha e percebo que não o conhecia tão bem quanto imaginava. Urge domá-lo, reapaziguar a imaginação. Ao reajustar minha expectativa e ao familiarizar-me com o novo aspecto ou o novo comportamento, recupero a sensação de conhecê-lo.
Sob a ótica da abordagem científica, contudo, a familiaridade é não só falha como critério de conhecimento como ela é inimiga do esforço de conhecer. A sensação subjetiva de conhecimento associada à familiaridade é ilusória e inibidora da curiosidade interrogante de onde brota o saber. O familiar não tem o dom de se tornar conhecido só porque estamos habituados a ele. Aquilo a que estamos acostumados, ao contrário, revela-se com frequência o mais difícil de conhecer verdadeiramente.
 (Eduardo Giannetti, Auto-engano, p. 72.)
Assinale a alternativa que mantém o sentido e a construção sintática do trecho: se ele ganha um aspecto distinto, perco a segurança que tinha.
a) Embora ele ganhe um aspecto distinto, perco a segurança que tinha.
b) Mas ele ganha um aspecto distinto, aí perco a segurança que tinha.
c) Ele ganha, contudo, um aspecto distinto, e perco a segurança que tinha.
d) À medida que ele ganha um aspecto distinto, perco a segurança que tinha.
e) Uma vez que ele ganhe um aspecto distinto, perco a segurança que tinha.
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