Leia os seguintes fragmentos, o primeiro extraído do poema Os Doentes, de Augusto dos Anjos, e o segundo, da letra da canção O. Pulso, dos Titãs.
1. [ - ]
Mas, para além, entre oscilantes chamas,
Acordavam os bairros da luxúria...
As prostitutas, doentes de hematúria,
Se extenuavam nas camas.
Uma, ignóbil, derreada de cansaço,
Quase que escangalhada pelo vício,
Cheirava com prazer no sacrifício
A lepra má que lhe roía o braço!
[...]
Entanto, virgem fostes, e, quando o éreis,
Não tínheis ainda essa erupção cutânea,
Nem tínheis, vítima última da insânia,
Duas mamárias glândulas estéreis!
[...]
Talvez tivésseis fome, e as mãos, embalde,
Estendestes ao mundo, até que, à-toa,
Fostes vender a virginal coroa
Ao primeiro bandido do arrabalde.
2. [...]
Reumatismo raquitismo cistite disritmia
Hérnia pediculose tétano hipocrisia
Brucelose febre tifóide arteriosclerose miopia
Catapora culpa cárie câimbra lepra afasia
O pulso ainda pulsa
O corpo ainda é pouco
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações, sobre esses fragmentos.
( ) Ambos aproximam doenças do corpo, como a lepra, a problemas de ordem moral e social, como a prostituição e a hipocrisia.
( ) A linguagem expositiva e expressiva dos versos de Augusto dos Anjos contrasta com a sintaxe enumerativa e fragmentária da letra da canção dos Titãs.
( ) O uso de nomes de doenças e de termos científicos mostra que, para os autores, não há mais espaço para a afirmação da vida nem para a poesia no mundo moderno.
( ) No poema de Augusto dos Anjos, a prostituta sofre não só pelas doenças físicas, mas também pela indiferença da sociedade.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) F - F - V - F.
b) V - V - F - V.
c) V - V - V - F.
d) F - F - F - V.
e) V - F - V - V.