Vários estudos têm alertado que tanto a população da Terra quanto seus níveis de consumo crescem mais rapidamente do que a capacidade de regeneração dos sistemas naturais. Um dos mais recentes, o relatório Planeta Vivo, elaborado pela ONG internacional WWF, estima que atualmente três quartos da população mundial vivem em países que consomem mais recursos do que conseguem repor. (...)
Segundo o estudo do WWF, o colapso ambiental pode custar ao mundo US$ 4,5 trilhões por ano em reparações. E, apesar das promessas de que o crescimento do PIB reduziria a pobreza, as desigualdades econômicas se mantêm: a cada US$% 160 milhões produzidos no mundo, só US$ 0,60 chega efetivamente aos mais pobres.
“O argumento de que o crescimento econômico é a solução já não basta. Não há recursos naturais para suportar o crescimento constante. A terra é finita e a economia clássica sempre ignorou essa verdade”, afirma o ecoeconomista Hugo Penteado, autor do livro Ecoeconomia – Uma nova Abordagem. (...)
Para a ecoeconomia, é preciso parar de crescer em níveis exponenciais e reproduzir – ou “biomimetizar” – os ciclos da natureza: para ser sustentável, a economia deve caminhar para ser cada vez mais parecida com os processos naturais. “A economia baseada no mecanicismo não oferece mais respostas. É preciso encontrar um novo modelo, que dê respostas a questões como geração de empregos, desenvolvimento com qualidade até mesmo uma desmaterialização do sistema. Vender serviços, não apenas produtos, e também produzir em ciclos fechados, sem desperdício”, afirma Paulo Durval Branco, professor da Escola de Conservação Ambiental e Sustentabilidade.
Segundo Branco, embora as empresas venham repetindo a palavra sustentabilidade como um mantra, são pouquíssimas as que fizeram mudanças efetivas em seus modelos de negócios. O desperdício de matérias-primas, o estimulo ao consumismo e a obsolescência programada (bens fabricados com data certa para serem substituídos) ainda ditam as regras. “Mesmo nas companhias que são consideradas vanguarda em sustentabilidade, essas questões não estão sendo observadas. O paradigma vigente é crescer, conquistar mais consumidores, elevar o lucro do acionista.”– afirma Branco.
(O Estado de S.Paulo, 15.05.2009. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a frase dada e sua nova versão apresentam expressão metafórica.
a) Em poucas décadas do atual modelo de produção e consumo, a humanidade exauriu 60% da água disponível e dizimou um terço das espécies vivas do planeta./ Em poucas décadas do modelo vigente de produção e consumo, a humanidade eliminou 60% da água disponível e destruiu um terço das espécies vivas do planeta.
b) Segundo o estudo do WWF, o colapso ambiental pode custar ao mundo US$ 4,5 trilhões por ano em reparações./ De acordo com o estudo do WWF, a diminuição das reservas ambientais pode tributar ao mundo US$ 4,5 trilhões por ano em reparações.
c) A Terra é finita e a economia clássica sempre ignorou essa verdade elementar./ A Terra é finita e a economia clássica sempre desconheceu essa verdade básica.
d) O relatório Planeta Vivo, elaborado pela ONG internacional WWF, estima que atualmente três quartos da população mundial vivem em países que consomem mais recursos do que conseguem repor./ O relatório Planeta Vivo, redigido pela ONG internacional WWF, afirma que atualmente três quartos da população mundial vivem em países que gastam mais recursos do que conseguem repor.
e) Segundo Branco, embora as empresas venham fazendo da palavra sustentabilidade um mantra, são pouquíssimas as que fizeram mudanças efetivas em seus modelos de negócio./ Segundo Branco, embora a palavra sustentabilidade seja um hino cantado pelas empresas, são pouquíssimas as que promoveram mudanças efetivas em seus modelos de negócio.