Leia um trecho do texto Espaço para duas pernas, do jornalista Ruy Castro.
Parece mentira: Detroit, a cidade-símbolo da cultura do automóvel, quebrou. Deve US$ 20 bilhões, que não tem como pagar, e, de lá, saem agora apenas 5% dos carros montados nos EUA. Sua população passou de 1,8 milhão para 700 mil, dos quais 40% vivem abaixo da linha da pobreza. Além disso, é hoje a cidade mais violenta do país.
As justificativas apontadas são as crises econômicas e a concorrência da Ásia. Mas há também um fator que me toca mais: o declínio da dita cultura – a do automóvel. Segundo pesquisas, 20% dos jovens americanos hoje, entre 20 e 24 anos, não têm carteira de habilitação. Se essa idade cair para 18 anos, o número sobe para 40%. Isso num país em que, até há pouco, o carro era mais importante para um adolescente do que jogar beisebol ou beijar a coleguinha de classe. Era como se a identidade do indivíduo estivesse atrelada a uma máquina e, sem esta, ele não existisse.
Claro que, nos países novos-ricos e grotões mais atrasados, a obsessão pelo carro continua.
(Folha de S. Paulo, 29.07.2013. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a relação entre causa e consequência corresponde, corretamente, às ideias expostas pelo autor.
a) Detroit deve 20 bilhões de dólares e parte da população vive em extrema pobreza, o que tem levado países novos-ricos e grotões mais atrasados a persistirem na obsessão pelo automóvel.
b) A população de Detroit passou de 1,8 milhão para 700 mil habitantes, o que levou a cidade a se tornar a mais violenta dos Estados Unidos.
c) O mercado automobilístico dos EUA tem sofrido as interferências da economia instável e da concorrência asiática, o que levou Detroit, cidade-símbolo do automóvel, a ser hoje uma cidade falida.
d) Pesquisas entre americanos de 18 anos mostram que 40% desses jovens não se interessam por carro, o que levou o número de jovens entre 20 e 24 anos, interessados por automóveis, a uma diminuição de 20%.
e) Muitas pessoas ainda associam a própria identidade à posse de um veículo, o que tem levado ao declínio da cultura do automóvel nos EUA.