FAMEMA 2020 – Questão 9

Linguagens / Literatura
[...] no tempo em que se passavam os fatos que vamos narrando nada mais havia comum do que ter cada casa um, dois e às vezes mais agregados.
Em certas casas os agregados eram muito úteis, porque a família tirava grande proveito de seus serviços, e já tivemos ocasião de dar exemplo disso quando contamos a história do finado padrinho de Leonardo; outras vezes porém, e estas eram maior número, o agregado, refinado vadio, era uma verdadeira parasita que se prendia à árvore familiar, que lhe participava da seiva sem ajudá-la a dar frutos, e o que é mais ainda, chegava mesmo a dar cabo dela. E o caso é que, apesar de tudo, se na primeira hipótese o esmagavam com o peso de mil exigências, se lhe batiam a cada passo com os favores na cara, se o filho mais velho da casa, por exemplo, o tomava por seu divertimento, e à menor e mais justa queixa saltavam-lhe os pais em cima tomando o partido de seu filho, no segundo aturavam quanto desconcerto havia com paciência de mártir, o agregado tornava-se quase um rei em casa, punha, dispunha, castigava os escravos, ralhava com os filhos, intervinha enfim nos mais particulares negócios.
Em qual dos dois casos estava ou viria estar em breve o nosso amigo Leonardo? O leitor que decida pelo que se vai passar.
(Manuel Antônio de Almeida.
Memórias de um Sargento de Milícias, 1994.)
O romance de Manuel Antônio de Almeida aborda costumes da sociedade do Rio de Janeiro do século XIX. Um deles é a presença comum de agregados nas casas.No texto, essa figura é descrita
a) com certa reserva, já que se tratava de uma pessoa que não era bem vista pela família.
b) por dois vieses, conforme a sua relação com a família:ou era útil a esta ou a explorava.
c) de modo divertido, como uma pessoa que surpreendia não raro pelo seu humor e pela sua simpatia.
d) como vítima do sistema, uma vez que a família a explorava, chegando a tratá-la como um escravo.
e) de forma positiva, dado que os laços afetivos estabelecidos com a família eram legítimos.

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