ENEM Linguagens e Humanas 2021 – Questão 10

Linguagens / Português
Intenso e original, Son of Saul retrata horror
do holocausto
 
    Centenas de filmes sobre o holocausto já foram produzidos em diversos países do mundo, mas nenhum é tão intenso como o húngaro Son of Saul, do estreante em longa-metragens László Nemes, vencedor do Grande Prêmio do Júri no último Festival de Cannes.
    Ao contrário da grande maioria das produções do gênero, que costuma oferecer uma variedade de informações didáticas e não raro cruza diferentes pontos de vista sobre o horror do campo de concentração, o filme acompanha apenas um personagem.
     Ele é Saul (Géza Rõhrig), um dos encarregados de conduzir as execuções de judeus como ele que, por um dia e meio, luta obsessivamente para que um menino já morto — que pode ou não ser seu filho — tenha um enterro digno e não seja simplesmente incinerado.
     O acompanhamento da jornada desse prisioneiro é no sentido mais literal que o cinema pode proporcionar: a câmera está o tempo todo com o personagem, seja por sobre seus ombros, seja com um dose em primeiro plano ou em sua visão subjetiva. O que se passa ao seu redor é secundário, muitas vezes desfocado.
     Saul percorre diferentes divisões de Auschwitz à procura de um rabino que possa conduzir o enterro da criança, e por isso pouco se envolve nos planos de fuga que os companheiros tramam e, quando o faz, geralmente atrapalha. “Você abandonou os vivos para cuidar de um morto”, acusa um deles.
     O longa já está sendo apontado como o grande favorito ao Oscar de filme estrangeiro. Se levar a estatueta, certamente não faltará quem diga que a Academia tem uma preferência por quem aborda a 2a Guerra. Por mais que exista uma dose de verdade na afirmação, premiar uma abordagem tão ousada e radical como Son of Saul não deixaria de ser um passo à frente dos votantes.
Carta Capital, n. 873, 22 out. 7015.

A resenha é, normalmente, um texto de base argumentativa. Na resenha do filme Son of Saul, o trecho da sequência argumentativa que se constitui como opinião implícita é
a) “[...] do estreante em longa-metragens László Nemes, vencedor do Grande Prêmio do Júri no último Festival de Cannes”.
b) “Ele é Saul (Géza Rõhrig), um dos encarregados de conduzir as execuções de judeus [...]
c) “[...] a câmera está o tempo todo com o personagem, seja por sobre seus ombros, seja com um dose [...]”.
d) “Saul percorre diferentes divisões de Auschwitz à procura de um rabino que possa conduzir o enterro da criança
e)  “[...] premiar uma abordagem tão ousada e radical como Son of Saul não deixaria de ser um passo à frente dos votantes”.
Esta questão recebeu 183 comentários

Veja outras questões semelhantes:

UNIFESP port e inglês 2010 – Questão 23
Os cinco versos iniciais da música mostram que o eu nela presente vê a relação entre trabalhar e pagar como ...
ENEM 1ºAplicação - Linguagens e Humanas 2019 – Questão 27
PICASSO, P. Cabeça de touro. Bronze, 33,5 cm x 43,5 cm x 19 cm Musée Picasso, Paris. França, 1945 ...
ENEM 1ºAplicação - Linguagens e Humanas 2022 – Questão 41
O bebê de tarlatana rosa ...
ENEM 2ª Aplicação - Linguagens e Humanas 2019 – Questão 6
De vez em quando, nas redes sociais, a gente se pega compartilhando notícias falsas, fotos modificadas, boatos de todo tipo. O problema é quando a matéria é falsa. E, pior ainda, se é uma matéria falsa que não foi criada por motivos...
UNIFESP port e inglês 2006 – Questão 3
De acordo com o texto, a caligrafia dos médicos a) é condenada pelos pacientes, porque não atende ao Código de Ética Médica. b) não precisa ser legível nos casos em que não houver continuidade do tratamento. c) pode causar transtornos aos pacientes em tratamento, caso seja ilegível. d) tornou-se um padrão de escrita, ultrapassando o domínio da área médica. e) deve ser legível nas anotações de prontuário, se a informação for adequada.