Base dudow 085 2000 – Questão 46

Ciências Humanas / História / A Colonização Portuguesa / A Economia Açucareira
“O que o canavial sim aprende do mar:
O avançar em linha rasteira da onda;
o espraiar-se minucioso, de líquido,
alagando cova a cova onde se alonga.
O que o canavial não aprende do mar:
o desmedido do derramar-se da cana;
o comedimento do latifúndio do mar,
que menos lastradamente se derrama.”
João Cabral de Melo Neto, “O mar e o canavial”, in A educação pela pedra. Antologia poética. Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1989, p. 9.

João Cabral, recifense, relacionou, no fragmento de poema acima, mar e canavial. A associação considera semelhanças e diferenças entre eles e pode ser compreendido se considerarmos que:
a) “o avançar em linha rasteira” do canavial é uma menção à expansão da produção açucareira na região Nordeste e especialmente no Estado de Pernambuco iniciada no período colonial e encerrada no Império.
b) o mar e as praias de Pernambuco sempre foram, ao lado da cana, as únicas fontes de riqueza da região Nordeste, desde o período colonial até os dias de hoje.
c) “o desmedido do derramar-se da cana” é uma referência crítica à organização da produção açucareira em latifúndios, unidades produtoras de grande porte.
d) as lavouras de cana sempre estiveram localizadas no interior de Pernambuco, distantes do litoral, e a relação com o mar é para mostrar a totalidade geográfica do Estado.
e) “alagando cova a cova onde se alonga” é uma sugestão de que o plantio da cana, assim como o mar, provocou, ao longo de sua história, muitas mortes.
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